A situação do bicudo-do-algodoeiro nos Núcleos Regionais Médio Norte (Campo Novo do Parecis e região) e Noroeste (região de Sapezal) será o tema dos encontros do pesquisador Walter Jorge dos Santos com produtores e gerentes técnicos de produção na próxima semana.
O imenso potencial de dano do bicudo à cotonicultura mato-grossense e o grande conhecimento do pesquisador aposentado do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) sobre o assunto levaram a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) a convidá-lo para uma série de reuniões técnicas com agricultores, técnicos e pesquisadores, iniciada na semana passada.
Em Sapezal, a reunião com Walter Jorge acontecerá no auditório do Hotel Pellegrini, às 19h30, na próxima quarta-feira (27 de agosto). Em Campo Novo do Parecis, o encontro acontecerá na Câmara Municipal dos Vereadores, às 8h, na quinta-feira.
Entre os assuntos a serem discutidos, medidas emergenciais de controle da praga e ações a serem realizadas no final da safra 2013/14 e na entressafra para combater o bicudo. A série de reuniões, que levou o pesquisador a Rondonópolis, Campo Verde, Primavera do Leste, Sorriso e Lucas do Rio Verde, está sendo realizada com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).
Ameaça severa - Erradicado nos Estados Unidos, ao final de três décadas de muita pesquisa e realização de "um trabalho coletivo, sistemático e persistente, do qual o produtor era obrigado a participar", segundo Walter Jorge, o bicudo já dizimou lavouras de algodão do Paraná, São Paulo e de estados do Nordeste, nos anos 1990, quando Mato Grosso ainda engatinhava na produção da pluma em alta escala.
A forte pressão do bicudo em lavouras do estado, que responde por aproximadamente 60% da produção brasileira e das exportações de algodão em pluma, obriga o cotonicultor a aumentar o número de aplicações, elevando seus custos de produção e colocando em risco a continuidade de seu negócio. Na avaliação do pesquisador convidado, o Brasil não tem condições hoje de erradicar a praga como os EUA por razões climáticas e também devido a características do sistema produtivo adotado neste País.
" Mas temos tecnologia para reduzir a população de bicudo a um nível que não cause prejuízo à cultura. Não é um trabalho simples, mas o produtor precisa vencer o bicudo realizando da forma mais perfeita possível as ações de final de safra e de entressafra, entre elas, a destruição dos restos culturais", conclui o especialista.