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26
26 DEZ 2014
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Dia da Lembrança e Dia do Pedreiro

Ofício do Pedreiro

Na antiguidade, no mundo árabe, chamava-se alvanel aquele que levantava alvenarias de pedras, tijolos ou outros materiais.

A denominação pedreiro vem do latim petrarium, relativo às pedras.

Trata-se do oficial que trabalha elevando paredes em pedras, tijolos ou outros materiais como o concreto na modernidade. O termo pedreiro-de-mão-cheia refere-se ao oficial que executava paredes de taipa-de-mão, ou de sebe (a casa de taipa), enchendo com as mãos nuas os trançados de pau a pique com o barro.

O pedreiro é o oficial que, além de fazer a elevação das paredes, aplica as argamassas de revestimentos (rebocos) nas paredes.

Dia do Pedreiro
Fig. 1 Alvenaria de tijolos do antigo cenóbio de São Felipe Néri (1720) no Recife, atual Shopping Paço Alfândega. Fonte: CECI, 2004.

Dia do Pedreiro
Fig. 2 Alvenaria de pedra da antiga Igreja de N. Sra. de Nazaré do Almagre, em Cabedelo - PB . Fonte: Anneliese Tiburtius CECI, 2005.

Ao aportarem no Brasil, junto com os primeiros colonizadores, os pedreiros trouxeram consigo um rol de técnicas construtivas fruto de um conhecimento acumulado durante séculos de e transmitidos de forma oral pelos mestres aos seus aprendizes (períodos Românico e Medieval). Suas técnicas acomodaram-se às realidades materiais, sociais e econômicas de cada região do imenso território.

A função básica dos pedreiros era realizar obras de alvenaria, fossem de tijolos ou de pedra. Entretanto, para realização dessas tarefas eles necessitavam ler uma planta, marcar a obra no terreno (geometria aplicada) e ter conhecimentos práticos de resistência dos materiais. Isto conferia ao pedreiro um privilégio sobre os demais oficiais, pois permitia uma visão antecipada do edifício.

Da mesma forma que os carpinteiros e marceneiros, os pedreiros estavam organizados em uma “confraria” (Confraria e Irmandade de São José), pelo menos desde a segunda metade do século XVII. Esta instituição seguia o modelo das organizações de ofícios medievais européias, embora adaptada à realidade colonial cheia de restrições, já que possuía uma vertente religiosa enquanto “irmandade” para subsistir.

Em Recife, havia uma igreja própria onde os pedreiros se reuniam e deliberavam sobre questões do ofício e problemas relacionados com a vida privada dos associados, como enterros, empréstimos ocasionais, etc. Para tanto, possuíam uma espécie de estatuto (ou “regimento”) escrito e democraticamente “confirmado” por voto secreto .

Os pedreiros, ao se transformarem em Mestres de Obras, tornavam mais complexas suas funções e se assemelhavam aos arquitetos e engenheiros. Eram capazes de desenvolverem projetos (chamados de “riscos”), administrarem obras e realizarem fiscalizações, medições e diagnósticos construtivos no cargo de “Juízes de Ofício”.

Dia do Pedreiro
Fig. 3 Revestimento em tijolos e azulejos do antigo refeitório do Convento dos Franciscanos do Paraguaçu -BA. Fonte: Mônica Vasconcelos - CECI, 2004.

Dia do Pedreiro
Fig. 4 Instrumentos do ofício – esquadro, compasso, prumo... Que integravam as “armas” das irmandades dos pedreiros. Fonte: CECI, 2005.

Os pedreiros e demais oficiais da construção, considerados geralmente como pertencentes a um patamar baixo na hierarquia social colonial, eram denominados “mecânicos”, que, no seu sentido mais antigo, significava “artesão” ou aquele que trabalhava com as mãos. Entretanto, um dos problemas que os historiadores enfrentaram ao estudar a vida destes trabalhadores foi dar explicações sobre o nível de maestria e de status a que muitos deles chegaram .

A história dos ofícios da construção em Pernambuco conta com três personagens cujas atribuições bem ilustram a assertiva acima :

Cristóvão Álvares

especializado em obras civis e militares, desempenhou um papel muito importante como Mestre de Obras e como “Arquiteto”. Atuou como pedreiro no Forte de São Francisco (ou Forte da Laje), concluído em 1612. Edificado sobre os arrecifes em frente ao porto, foi, ao seu tempo, uma construção de grande dificuldade técnica.

Também é de sua autoria o belo projeto de uma fortificação não construída por conta da invasão holandesa: o “Forte Real que manda fazer Mathias de Albuquerque” (1629). De forma pentagonal irregular, o projeto se destaca pela beleza arquitetônica, pela clareza do desenho e pela técnica de implantação, pois, seus baluartes se acomodavam numa estreita faixa de terra (istmo) que ligava Recife a Olinda.

Manuel Ferreira Jácome (viveu entre 1677e 1737)

Foi o autor do risco de um dos mais belos templos recifenses do século XVIII: a Igreja de São Pedro dos Clérigos, considerada como tendo uma planta de cunho erudito. Atuou como Juiz de Ofício do Senado da Villa de Santo Antônio do Recife. Essa atividade, muitas vezes exercida em conjunto com engenheiros militares, possuía uma importância social e alguma importância econômica, já que a remuneração tinha por base 1% da avaliação.

Fernandes de Matos

Mestre pedreiro de ofício em 1671 era, ao morrer, trinta anos depois, em 1701, um dos homens mais ricos de Pernambuco, o que equivale a dizer, um dos mais ricos do Brasil. Para o pleno exercício de suas atividades Matos tinha a seu serviço, ao falecer, 98 negros ladinos. Além disso, contratara mestres de vários ofícios, a alguns dos quais se ligou por compadrio. O próprio Manuel Ferreira Jácome esteve sob suas ordens.

Seu negócio era organizado de tal forma que, sobre sua direção e algumas vezes com o seu capital, construíram-se, entre outros: a Igreja do Paraíso (1686), Igreja e Colégio dos Jesuítas em Recife, hoje Igreja do Divino Espírito Santo (1686 e 1690); a Fortaleza da Madre de Deus, (o chamado Forte de Matos) e o Quartel dos Soldados; o Molhe do Porto (1696 e 1699). Pode-se concluir que Matos dominou a indústria de construção no Recife da segunda metade do século XVII.

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